🧠 Caso clínico
Homem de 54 anos, previamente hígido, é atendido no pronto-socorro com queixa de dor torácica súbita e dispneia progressiva há cerca de 2 horas. Nega febre, tosse ou antecedentes cardíacos. Está taquipneico, com frequência respiratória de 26 irpm, e saturação de oxigênio de 90% em ar ambiente. Ao exame físico, apresenta bulhas cardíacas normofonéticas, sem sopros, e murmúrio vesicular presente, porém diminuído na base direita.
Foi realizado um ECG de 12 derivações logo na chegada.

❓ Pergunta ao leitor
Qual é o achado eletrocardiográfico mais sugestivo do diagnóstico clínico? Qual a conduta inicial apropriada diante do quadro?
✅ Resposta
O ECG demonstra taquicardia sinusal e o padrão S1Q3T3, caracterizado por:
- Onda S profunda em D1
- Onda Q em D3
- Onda T invertida em D3
Esses achados são compatíveis com tromboembolismo pulmonar (TEP).
📊 Achados eletrocardiográficos no TEP
O eletrocardiograma de um paciente com TEP pode ser normal ou apresentar diversas alterações inespecíficas. Entre as mais comuns:
- Taquicardia sinusal (alteração mais frequente)
- Padrão S1Q3T3 (clássico, mas pouco sensível)
- Desvio do eixo elétrico para a direita
- Bloqueio de ramo direito novo ou incompleto
- Inversão da onda T em V1–V4
- Ondas P pulmonale (ondas P amplas em D2)
- Alterações ST-T inespecíficas
Esses achados refletem sobrecarga aguda do ventrículo direito devido à obstrução do fluxo pulmonar.
🖼️ ECG como ferramenta complementar
Apesar dos achados sugestivos, o diagnóstico definitivo de TEP é realizado por exames de imagem, como a angioTC de tórax com contraste, que permite visualizar diretamente os trombos nas artérias pulmonares. O ECG é uma ferramenta suplementar, que pode aumentar a suspeição clínica e auxiliar na estratificação de risco, especialmente em pacientes instáveis.