Derivações V7, V8 e V9: Quando utilizá-las?

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🩺 Quando solicitar as derivações torácicas laterais?

As derivações V7, V8 e V9 devem ser registradas sempre que houver suspeita de infarto agudo da parede lateral do ventrículo esquerdo. Isso pode ocorrer:

  • Quando o ECG de 12 derivações mostra infradesnivelamento do ST em V1–V3, especialmente horizontal;
  • Em casos de dor torácica típica com ECG inicial aparentemente normal;

O infarto de parede lateral pode passar despercebido no ECG convencional, pois essa região do miocárdio não é diretamente “vista” pelas derivações padrão. As derivações V7, V8 e V9 são essenciais para detectar esses casos — e podem mudar a conduta!

📍 Como posicionar V7, V8 e V9

As derivações V7, V8 e V9 são feitas no dorso do paciente, no mesmo nível horizontal de V6 (5º espaço intercostal). Veja a posição de cada uma:

  • V7: linha axilar posterior esquerda
  • V8: linha médio-escapular esquerda
  • V9: linha paravertebral esquerda

🔎 Dica prática: você pode reaproveitar os fios de V4, V5 e V6 para registrar essas derivações, anotando no ECG que se trata de V7–V9.

Derivações V7, V8 e V0

⚡ O que procurar nessas derivações?

O principal achado eletrocardiográfico no infarto posterior é o supradesnivelamento do segmento ST em V7, V8 e V9.

✔ Critério diagnóstico:

  • Supra de ST ≥ 0,5 mm em pelo menos duas dessas derivações, com clínica compatível, sugere Oclusão Coronária Aguda da artéria Circunflexa e infarto da parede lateral.

Outros achados que podem aparecer:

  • Formação de onda Q em V7–V9 (indicando necrose);
  • Infra de ST espelhado em V1–V3, com ondas R altas, que são o “reflexo” do supra lateral (V7-V9).

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Matheus Kiszka Scheffer

Médico do setor de Tele-Eletrocardiografia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), autor do livro Eletrocardiograma de A a Z e editor-chefe do site "Aprenda ECG". Possui especialização em Eletrofisiologia Clínica e residência médica em Cardiologia e Clínica Médica.