A topografia do infarto refere-se à localização precisa da área afetada do miocárdio durante um evento de infarto agudo. Compreender a topografia é essencial para o diagnóstico, tratamento e prognóstico, uma vez que cada área do coração está relacionada a diferentes manifestações clínicas e riscos.
A terminologia atualmente utilizada para identificar as paredes do coração foi proposta por Bayes de Luna em 2006. Essa classificação associa padrões específicos de ondas Q (ou seus equivalentes) no eletrocardiograma (ECG) com a localização do infarto, com base em estudos realizados por meio de ressonância magnética. Esse método permite uma correlação precisa entre as alterações eletrocardiográficas e a anatomia do miocárdio, facilitando a identificação da parede afetada – seja ela anterior, inferior, lateral ou septal.
Topografia do Infarto com base na Ressonância Magnética
Derivação | Nome | Artéria culpada mais provável |
---|---|---|
V1-V2 | Septal | Ramo septal da artéria descendente anterior |
V1-V2 até V3-V6 | Anteroapical | Terço médio da artéria descendente anterior |
V1-V2 até V3-V6, D1, aVL | Anterior extenso | Terço proximal da artéria descendente anterior |
aVL e/ou D1 (às vezes V2-V3) | Anterior médio | Primeiro ramo diagonal |
D1, aVL, V5, V6 | Lateral | Terço proximal da artéria circunflexa |
D2, D3, aVF | Inferior | Coronária direita ou circunflexa |
D2, D3, aVF + D1, aVL, V5, V6 | Inferolateral | Coronária direita ou circunflexa |
Referências
- Bayés de Luna A, Wagner G, Birnbaum Y, Nikus K, et al. A New Terminology for Left Ventricular Walls and Location of Myocardial Infarcts That Present Q Wave Based on the Standard of Cardiac Magnetic Resonance Imaging. Circulation. 2006;114(16):1755–60.
- Bayés de Luna A. New heart wall terminology and new electrocardiographic classification of Q-wave myocardial infarction based on correlations with magnetic resonance imaging. Rev Esp Cardiol. 2007;60(7):683–9.
- Bayés de Luna A. Location of Q-wave myocardial infarction in the era of cardiac magnetic resonance imaging techniques: An update. J Electrocardiol. 2007;40(1):69–71.